domingo, 30 de maio de 2010

Aprendendo com Freinet



Pesquisando sobre a pedagogia de Freinet, reli que sua teoria é centralizada na criança e baseada sobre alguns princípios:

- senso de responsabilidade
- senso cooperativo
- sociabilidade
- julgamento pessoal
- autonomia
- expressão
- criatividade
- comunicação
- reflexão individual e coletiva
- afetividade

A maior parte deles se faz presente em minha prática educativa com meus alunos e procuro aprimorá-los a cada dia.
Na semana passada fomos ao mercado próximo da escola, a fim de observar e identificar as frutas, os legumes e as verduras que trabalhamos durante todos esses dias. Aproveitei para mostrar como são vendidos, ou seja, por unidade ou por quilo.
Passeamos pelos corredores onde os alunos foram apontando outros alimentos trabalhados, como o feijão e os doces.
Foi bastante proveitoso o passeio-aula, onde percebi o aprendizado acontecendo. Realmente unir a teoria com a prática, trás resultados mais concretos, contribuindo para mostrar aos alunos que aquilo que trabalhamos em aula está vinculado a vida.
Para Freinet (1996) a criança aprende pela experimentação concreta no mundo real, na relação com o mundo, com as pessoas, enfim, com o meio social. Acreditava que um experimento, qualquer que seja, deixa uma marca indelével e é com essas marcas que a criança constrói seu conhecimento.
Essa atividade realizada fez com que eu constatasse que o recurso didático utilizado, contribuiu para despertar o interesse em aprender mais, pois a criança gosta de atividades práticas. Segundo Freinet (1975) a aula-passeio está fundamentada na ordem e na organização e a disciplina é importante para que o trabalho produza frutos e depende do envolvimento de todos os atores da escola. Os alunos se comportaram muito bem tanto no caminho, quanto no estabelecimento.Souberam ouvir e falar conforme as combinações feitas anteriormente.
Freinet ( 1975) afirma que nesse tipo de ferramenta utilizada as relações se tornam mais próximas e menos formais, sendo momentos de trocas e aprendizado.
É exatamente isso que consegui observar, crianças aprendendo de uma forma descontraída e feliz. Percebo agora que poderia também ter feito a aula-passeio como forma de introdução do assunto,para depois aprofundar os conteúdos, mas de qualquer maneira as duas formas estão de acordo com a teoria de Freinet.
Para essa semana montaremos um mercadinho com embalagens de alimentos vazias e com dinheirinho, para que brinquem de comprar e vender, conforme observaram na aula-passeio.

REFERÊNCIA
FREINET, Cèlestin. Pedagogia do bom senso. São Paulo: Martins Fontes,1996.
FREINET, Cèlestin. As técnicas Freinet da escola moderna. Tradução de Silva letra. 4ª ed. Lisboa Portugal: Estampa,1975.170p.

domingo, 23 de maio de 2010

O lúdico na vida da criança







Lendo e refletindo, reafirmo que o lúdico contribui para aprendizagem dos alunos, como torna as aulas mais dinâmicas e prazerosas.
Luckesi ( 2000) afirma que enquanto estamos participando verdadeiramente de uma atividade lúdica, não há lugar, na nossa experiência, para qualquer outra coisa além dessa própria atividade. Não há divisão. Estamos inteiros, plenos,flexíveis, alegres, saudáveis.
O tema principal dessa semana foi a pirâmide alimentar onde os alunos puderam perceber através do desenho,que os alimentos que devemos comer mais, fica na base e o que devemos comer menos fica na parte menor da pirâmide.
Os alunos gostaram da brincadeira com as embalagens dos alimentos onde tinham que dizer a que grupo da pirâmide alimentar pertencia cada alimento mostrado. Gostaram de cantar as músicas sobre o feijão e sobre a ida a feira. Gostaram dos jogos virtuais onde tinham que encontrar o lugar correto na pirâmide para os itens selecionados e separar os alimentos que ficam no mesmo grupo alimentar.
Adoraram as brincadeiras na educação física que envolveu também as embalagens dos alimentos e foram realizadas em equipes, onde constatei a importância do trabalho em grupo para o resultado ser alcançado. Luckesi ( 2000) fala que vivenciar uma experiência lúdica em grupo é muito diferente de praticá-la sozinho. O grupo tem a força e a energia do grupo; ele se movimenta,se sustenta, estimula, puxa a alegria, mas somente cada individuo, nesse conjunto vital e vitalizado, poderá viver essa sensação de alegria, partilhada no grupo.
Muitos educadores avaliam a brincadeira como tempo perdido, tendo a idéia de que é uma atividade oposta ao trabalho, menos importante do que o resto das atividades pensadas. Essa concepção é comprovada na medida em que a criança avança nas séries/ anos do ensino fundamental. O tempo de brincar vai diminuindo, se restringindo a hora do recreio. Isso é uma pena,pois as crianças precisam e merecem esse tipo de atividade articulada ao seu processo de aprendizagem.


REFERÊNCIA
LUCHESI,Cipriano Carlos. Educação, ludicidade e prevenção das neuroses futuras: uma proposta pedagógica a partir da Biossíntese,
in Educação e Ludicidade. Coletânea Ludopedagogia Ensaios 01, organizada por Cipriano Carlos Luckesi, publicada pelo GEPEL,
Programa de Pós-Graduação em Educação, FACED/UFBA, 2000

terça-feira, 18 de maio de 2010

A importância da família na escola




Dentro da temática alimentação e saúde, combinei com os alunos uma salada de frutas.
Convidei as mães do Lucas e do Pedrinho para ajudar na organização. Nós descascamos as frutas, eles picaram e colocaram no pote onde os ingredientes foram misturados.
Enquanto aprontávamos a nossa receita conversamos sobre a importância das frutas e como a salada ficaria saborosa, porque afinal nós estávamos preparando-a. As frutas enviadas foram
banana, maçã, laranja, kiwi. Trouxe uma lata de pêssego para incrementar.
Quando ficou pronta, servimos a eles. Alguns alunos apenas provaram, demonstrando não terem o hábito de comer frutas em casa, porém outros repetiram várias vezes.
É difícil mudar velhos hábitos, mas acredito que a sementinha está sendo plantada e até o final do ano vou insistir para que percebam a necessidade e a importância das frutas na nossa alimentação.
Segundo Freire ( 1997) A compreensão do que se está lendo, estudando, não estala assim, de repente, como se fosse um milagre. A compreensão é trabalhada, é forjada, por quem lê, por quem estuda que, sendo sujeito dela, se deve instrumentar para melhor fazê-la. Por isso mesmo, ler, estudar, é um trabalho paciente, desafiador, persistente.
As mães demonstraram muita satisfação por estarem realizando uma atividade em parceria com a professora e com o seu filho.Se ofereceram para serem chamadas quando eu precisar. É muito bom poder contar com pais que colaboram e entendem o trabalho que está sendo desenvolvido.
A participação dos pais na escola é interessante para a escola e para o filho, pois pais e escola devem educar juntos, para um bem maior. Essa aliança entre ambos é altamente produtiva e eficaz. Acredito que a escola deve dar o primeiro passo, deixando a porta aberta para que a família possa contribuir e interagir na educação dos alunos.
Como nos lembra Freire (1999), a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.

REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não. Cartas a quem ousa ensinar. Editora Olho D'Água, 10ª ed., 1997, p. 24.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 11.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Aprendendo na prática

Nessa semana apesar de ter planejado uma atividade no laboratório de informática, não pude realizá-la, pois o mesmo se encontrava em manutenção. Isso foi um pouco frustrante, pois tive que mudar um pouco o planejamento fazendo uma atividade do dia seguinte e não podendo utilizar tal recurso.
Pude com isso refletir que o planejamento é apenas um roteiro do trabalho e pode ser mudado quando sentimos a necessidade ou mesmo quando uma situação nos força.Como o ato de planejar é importante, a aula transcorre melhor quando temos a continuidade de atividades relacionadas, tudo encaixa e flui melhor.
Rodrigues ( 2001) diz que o planejamento não deve ser feito de uma forma mecânica, com caráter burocrático, mas sim servir de instrumento de reflexões constantes e ser flexível a mudanças necessárias ou imprevisíveis.
Comênio ( 1996) já apontava a necessidade de apresentar ao aluno um caminho fácil e seguro de por o conhecimento em prática e com bom resultado. Oferecer uma aula com menos barulho, menos enfado, menos trabalho inútil, com mais atrativos para aprender.
REFERÊNCIAS:
COMÉNIO, João Amós. Didácta Magna: tratado da arte de ensinar tudo a todos. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996. 525 p.
RODRIGUES, Maria Bernadette Castro. Planejamento: em busca de caminhos. In: XAVIER, Maria Luisa;
DALLA ZEN, Maria Isabel (Orgs.). Planejamento em Destaque: análises menos convencionais. 2. ed.
Porto Alegre: Mediação, 2001. P. 59-65 e 72-73.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Questionamentos da tutora

Marga respondendo aos teus questionamentos:

*Partindo da Linha do Tempo, desenvolvida na semana anterior, será que não há como tu relacionares com as leituras que retomates? Será que a leitura das imagens em passeios, em atividades sociais comuns onde inclue a inserção dos mesmos a um grupo maior como batizados, aniversarios, ou festejos que ligam as familias, nao servem como elementos que estimulem a escrita? Na oralidade, eles nao manifestam essa aprendizagem?,

*Marcia, que relação existe entre a cultura indígina e o que as crianças apresentam na sua historicidade? Que relatos elas trazem, sobre coisas que praticam, brincadeiras , ou até mesmo comidas que conhecem? Percebes quanto material vc tem a disposição para explorar e contextualizar? Será que a diferenciação entre a cultura dos indigenas e a cultura vivida por esse publico alvo não apresenta elos que fortificam ou enfraquecem o seu modo de viver?



Certamente esse tipo de atividade estimula a oralidade, tanto é que citei na postagem(7/4/10): “Fizemos então a apresentação, aonde os alunos iam falando sobre a foto e eu auxiliando, fazendo perguntas sobre quem eram as pessoas que aparecia, sobre os lugares, etc.” Esse era um dos objetivos da atividade, que falassem sobre as fotos que trouxeram, pois é uma forma de estar sendo inserido no mundo letrado, se apropriando de conhecimentos compartilhados com o grupo, se comunicando e compreendendo o sentido da escrita e da leitura.
Na atividade sobre as tribos indígenas (25/4/10), também houve esse momento de oralidade onde se manifestaram trazendo o seu conhecimento a respeito do tema. Perguntei se gostavam de comer milho, canjica, farinha de mandioca e li para eles uma reportagem do Sininho ( complemento do Jornal Vale dos Sinos do dia 17/4/10) que falava que os índios transmitiram forte herança cultural através dos alimentos, tendo nos ensinado a comer os alimentos já citados e guaraná, palmito, pamonha. Na postagem digo: “Comparamos sua alimentação saudável (frutas, peixes, plantas, raízes) com a nossa e vimos como alguns alimentos aprendemos com eles a comer.” Também no uso de objetos como redes de dormir, canoa, chocalho, peteca, reconheceram que utilizam e ficaram encantados de saber que os índios também usam.
A área de estudos Sociais possibilita que os alunos possam perceber e compreender as diferenças culturais, aprendendo a encarar naturalmente sem preconceitos “os diferentes”.

REFERÊNCIAS:

ANTUNES, Aracy do Rego; MENANDRO, Heloisa Fesch; PAGANELLI, Tomoko Iyda. Estudos Sociais: Teoria e Prática. Rio de Janeiro, editora ACCESS, 1999.
SOARES, Magda. Resenha dos Textos: “Letramento e alfabetização: as muitas facetas” e “As muitas facetas da alfabetização”.
Disponível em: <> acesso em 3 de maio de 2010.