segunda-feira, 30 de novembro de 2009

EJA

A EJA segundo a LDB 9394/96 é uma modalidade da educação básica nas etapas de ensino fundamental e médio que possui especificidades próprias e deve ser tratada de acordo com sua diversidade.O conceito de Educação de Jovens e Adultos não pode ser simplesmente relacionado à ensino noturno, porque a EJA não é definida pelo turno em que é oferecida, mas por suas característica específicas e pelo público que freqüenta esta modalidade de educação.
Trata-se de um alunado com outras características, que na idade considerada própria para estarem estudando no ensino regular, alguma circunstância os impediu de continuar seus estudos. Os motivos são vários, dentre eles: a falta de estímulo de permanecer na escola que em nada relaciona o conteúdo com a sua realidade; os altos índices de reprovação, que geram a desistência de continuar tentando aprender coisas difíceis de entender e a grande necessidade de ingressarem no mercado de trabalho, desde cedo, para ajudar os pais no sustento de casa. Portanto precisam ser valorizadas ao máximo para que não se caia no erro de se infantilizar o ensino, oferecendo a estes alunos o mesmo tratamento que é dado aos alunos das chamadas classes regulares.
Apesar de nunca ter trabalhado com a EJA tenho experiência de um familiar que frequentou por dois anos essa modalidade e acabou desistindo por não conseguir realmente se alfabetizar. Vejo que o que ocasionou a evasão foi o despreparo da educadora que não soube aproveitar as experiências de vida do grupo enriquecendo os componentes curriculares e nem utilizou de motivação suficiente para dar significação ao aprendizado.
Acredito que tanto os sistemas de ensino quanto os professores que trabalham com a EJA, precisam estar cientes da responsabilidade que tem de viabilizar e estimular o acesso e a permanência desses alunos na escola, de maneira a recuperar seu objetivo social e supere o fracasso escolar, a repetência e a evasão .


Referências:

AGUIAR, Raimundo H Almeida. A Educação de Jovens e Adultos e a Educação Profissional Ontem e Hoje: Quais as Perspectivas?- UFRGS- Maio de 2009.

BRASIL – Ministério da Educação/ Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CEB 11/2009

OLIVEIRA, Marta Kohl de. Jovens e Adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem- USP- Setembro de 1999.

SANT’ANNA, Sita Mara Lopes. A Educação de Jovens e Adultos: uma perspectiva histórica. UFRGS- 2006.

Plano de aula





A Interdisciplina de Linguagem pediu para que fosse elaborado um plano de aula, que contemplasse atividades de leitura, produção textual, jogo e sistematização.
Para isso escolhi um livro intitulado:A felicidade das borboletas da autora Patrícia Engel Secco, que descobri na biblioteca o qual considerei interessante não só pela história em si, como também o formato do livro que além da letra normal é em braile. Fala de uma menina cega que quer ser bailarina e explica como enxergar a felicidade com o coração.

Por já ter realizado várias leituras no curso referente à necessidade de respeitar o diferente como igual a nós, com direitos e sonhos, considerei esse tema importante para valorizarem a diversidade como um elemento que soma na construção da sociedade e da aprendizagem.
Penso que trabalhando desde cedo esse assunto os alunos compreendem melhor e podem tratar o assunto com naturalidade, sem preconceito.

Não temos na escola nenhuma criança com deficiência visual, porém acredito que o assunto deve ser falado em sala de aula, para que os alunos possam ter uma idéia de como uma pessoa cega pensa e percebe o mundo. Dessa forma pode se colocar no lugar, fechando os olhos e passando as mãos pelo livro, brincando de fechar os olhos e deixar que alguém os guie. São momentos de reflexão onde se pode agradecer pela visão perfeita, mas acima de tudo entender melhor quem vive esse tipo de situação diariamente, sem discriminar, mas aceitando a diferença com muito respeito.
Na verdade é um tema abordado na novela e que se pode fazer um paralelo com a história em questão. Podem-se observar cenas e questionar várias coisas como: quais os sonhos da personagem da novela? quais as dificuldades que ela enfrenta no dia a dia? as pessoas a tratam diferente por ser cega? Ela demonstra ser feliz mesmo sendo cega?
O tema foi motivador, depois de deixar o livro circular pelos alunos a fim de que sentissem a sua textura, fiz a leitura do livro e os alunos adoraram. Após sugeri que fizéssemos a dramatização da parte da história em que a menina cega, a Marcela caminhasse e dançasse sendo guiado pelos amigos. Foi muito legal! Quem nunca ficou de olhos fechados ou vendados e tentou andar tateando os objetos?
Além da linguagem o tema aborda a diversidade, o respeito que temos que ter por todas as pessoas, pois todos somos diferentes. Proporciona que a pessoa se coloque na situação do outro, conseguindo enxergá-lo com outros olhos. Faz com que possamos perceber que o outro tem sonhos como nós e que podemos realizá-los, mesmo que sejam necessárias algumas adaptações. Mostra a importância da dança como forma de expressão e comunicação. Propicia que se trabalhe ainda sobre: amizade, felicidade, ser especial, solidariedade, preconceito, confiança, balé, música, borboletas e braile.
Esse tema pode ser gerador de um projeto, pois possui elementos que possibilitariam trabalhar em muitas áreas disciplinares. Penso que poderia conversar com os alunos para ver o que já sabem sobre o assunto, procurando observar se há um real interesse de se investigar mais sobre o tema. Constatando haver uma motivação a respeito do assunto, teria que formular a questão inicial e descobrir as certezas e as dúvidas dos alunos. Após isso, seria então o momento de montar o plano de ação, objetivando aprender mais e chegar a conclusões sobre as dúvidas e certezas, buscando informações para responder à questão principal em vários materiais: livros, revistas, entrevistas, passeio, internet, etc.


REFERÊNCIAS

SECCO, Patrícia Engel. Ilustrado por Daniel Kondo.A felicidade das borboletas Série Amigos Especiais. São Paulo. Editora Melhoramentos. 2003
http://www.educardpaschoal.org.br/web/leia-nossos-livros-ver.asp.acesso. em 24/11/09


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Respondendo a tutora Margarete

Numa persespectiva de prática, é possivel aplicar teu olhar sobre a realidade que tu pertences?



Margarete, como já disse não trabalho com EJA, portanto minha realidade é de alunos da educação fundamental. Com eles busco aplicar atividades de interesse e motivadoras para que meus alunos tenham sede de aprender e gostem de estar na escola. Na postagem posterior falo do uso de temas geradores em sala de aula, que é uma maneira dos alunos se envolver na aprendizagem, sendo desafiados a pensar, modificando estruturas de conhecimentos anteriores, através da desconstrução, reconstrução e construção provisória de seus saberes.
Contudo fazendo um paralelo entre os alunos da EJA e os meus do 1° ano, percebo que ambos precisam serem compreendidos em suas particularidades e precisam de um professor amigo e cúmplice.
Enfim desde que iniciei esse curso tenho feito leituras e atividades reflexivas que possibilitam que eu transforme minha prática, mudando paradigmas e promovendo a horizontalidade na relação educador- educando.

sábado, 14 de novembro de 2009

Possibilidades do PA

Após participar de dois PAS, o primeiro com o tema estresse e o segundo Violência na escola, posso reconhecer que é uma metodologia de trabalho muito interessante e viável. Através dela há a possibilidade do aluno construir seu conhecimento investigando, organizando, comparando, socializando as informações com os demais alunos e chegando as conclusões.
O assunto sempre parti do que o aluno tem interesse, da sua curiosidade , nada é imposto, portanto a aprendizagem tem coerência e sentindo a necessidade vai buscar a resposta da dúvida.
Esse desafio motiva o aluno e desacomoda tanto eles como também o professor que precisa ser um orientador dinâmico durante o processo. Os caminhos e resultados não ficarão na mão do educador. Lembro das leituras feitas sobre Comênio que diz dá necessidade de realizar planejamentos voltados para o interesse do aluno, que esse tenha autonomia, se torne um ser pensante e crítico.
Ainda não desenvolvi nenhum PA em sala de aula, pois tenho algumas incertezas que estou buscando dissolver na intenção de me sentir segura nessa ação. Vejo muitos pontos positivos, porém negativos também como por exemplo encontrar um tema a ser investigado que seja motivante para todos e no que diz respeito aos recursos materiais à pesquisa, pois a maioria dos alunos com que trabalho não tem acesso a livros, revistas, internet.
Com os meus alunos de 1° ano, vou precisar conversar bastante, escutando suas dúvidas e certezas para então chegar ao tema a ser pesquisado.
Já utilizei muitas vezes temas geradores onde trabalhamos com datas comemorativas ou partindo de um assunto de interesse da turma. Essa forma de aprendizagem faz com o aluno perceba a realidade em que vive, refletindo criticamente sobre ela. O aprender se torna significativo e com mais qualidade.

Análise das entrevistas

Para realizar o trabalho de saída de campo solicitado pela interdisciplina da EJA, foi necessário realizar algumas entrevistas com educadores que trabalham com essa modalidade de ensino. Nos depoimentos que obtivemos foi possível perceber elementos semelhantes com a escrita da Marta Kohl no texto: Jovens e Adultos como sujeitos de conhecimento a aprendizagem.

De acordo com as respostas, existem dois perfis de alunos, aqueles que não concluíram na idade “certa” o ensino fundamental e busca nessa modalidade de ensino uma qualificação profissional, uma ferramenta para progredir no mundo do trabalho e aqueles que são excluídos do ensino regular devido a sua idade e seu histórico de repetências.

O primeiro é interessado, questionador, quer buscar o tempo perdido, motiva o professor a trabalhar e exige o melhor para si. O segundo é um desafio: como fazer que se interesse pelos conteúdos escolares; como falar sua linguagem e aproximar-se desse aluno, penso que é parecido com o aluno regular, a escola para ele tem pouco significado.

O adulto se mostra interessado em aprender, porém demonstra baixa autoestima e acha sempre que não sabe fazer as atividades, não acredita no seu potencial e apresenta certa resistência ao novo, contudo traz consigo muito conhecimento da vida que deve ser explorado. No geral, apresentam certas limitações em termos de cultura geral, o vocabulário é restrito, demonstram vergonha de expressar seu pensamento e acabam desistindo frente às dificuldades.

Os obstáculos para estudar são muitos: o cansaço do dia de trabalho, as lacunas de aprendizagem trazidas, problemas econômicos, familiares e emocionais. É por isso que o educador tem que oferecer uma aula diferenciada, dinâmica, de acordo com a realidade dos alunos. Deve manter uma cumplicidade com eles, escutando seus problemas e dificuldades. Precisa resgatar a autoestima desses alunos, demonstrando respeito e paciência.

Acreditam que os programas educativos são importantes e devem ser mantidos, haja vista que todas as pessoas têm direito a aprender e é uma forma de democratizar a educação. Através deles o índice de letramento pode ser melhorado e a qualidade do ensino favorecida.
Com essa pesquisa de campo, foi possível ratificar o que já foi lido sobre o assunto tanto na interdisciplina da EJA quanto na Didática.

Nunca trabalhei com alunos da EJA, mas aprendi que se tiver oportunidade tenho a responsabilidade de usar uma dinâmica metodológica, partindo das idéias freireanas que diz que é preciso o aluno aprender a ler a sua realidade para transformá-la, para ser capaz de interagir na sociedade, sendo sujeito da sua própria historia. Essa leitura de mundo só é possível quando compreende e faz relações, portanto tenho que valorizar o contexto social no qual meu aluno está inserido, no intuito de obter um trabalho rico a ser construído com trocas de aprendizagens e novas descobertas.



REFERÊNCIAS

“A construção da leitura e da escrita do adulto na perspectiva freireana” (filme). Produzido durante o curso “Alfabetizando jovens e adultos”, SENAC-SP, Assessoria Instituto Paulo Freire”. 1999-2001. DVD ( 52min.)

BETTO, Frei.
Paulo Freire: a leitura do mundo. Disponível em:
<
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Profa/col_3.pdf>. Acesso em 26/10/2009.

OLVEIRA, Marta Kohl de.
Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. RevistaBrasileira de Educação, Set./Out./Nove./Dez. 1999, n. 12, p. 59-73.

domingo, 1 de novembro de 2009

Alfabetização e letramento

Na interdisciplina de Linguagem fiz a leitura referente a um assunto: alfabetização e letramento,que me interessa muito no momento. Estando com uma turma de 1° ano e realizando um curso de letramento, esse tema tem me instigado a pensar.
Nessa leitura a autora afirma que na escola há uma tradição de ensino apenas transmissiva, preocupada em oferecer ao aluno conceitos prontos, que ele só tem de memorizar, numa perspectiva de aprendizagem centrada em reproduções mecânicas e pouco significativas. Ela faz referência aos estudos de Street, na perspectiva do modelo autônomo e modelo ideológico de se pensar o letramento. O modelo autônomo pressupõe que há apenas uma maneira do letramento ser desenvolvido, sendo que estas foram associadas quase que causalmente com o progresso, a civilização, a mobilidade social. Já o modelo ideológico observa que os significados específicos que a escrita assume para um grupo social de­pendem dos contextos e instituições em que ela foi adqui­rida.
Portanto o mais adequado é alfabetizar letrando,conciliando a apropriação do sistema alfabético-ortográfico em condições que possibilitem o uso da língua nas práticas sociais de leitura e escrita. Proporcionar aos alunos contato e manuseio com diferentes gêneros( poema, notícia do jornal, bilhete, letra de música, email) e suportes de textos escritos ( livro,dicionário, agenda, placas )na tentativa de aproximar as práticas de leitura e de escrita para a realidade dos alunos, favorecendo que estes as reconheçam como instrumento usável fora do ambiente escolar, vivenciando e fazendo uso deles no seu dia-dia. Ao lado disso, orientar a exploração desses materiais, valorizando os conhecimentos prévios do aluno, possibilitando a ele deduções e descobertas, explicitando informações muitas vezes desconhecidas.
É imprescindível que a escola consiga enxergar a leitura e a escrita como instrumento social, que reconheçam a necessidade de apropriação e uso competente dessas tecnologias de uma forma contextualizada, a fim de que os alunos não desenvolvam concepções inadequadas e disposições negativas a respeito desse objeto.
É dessa forma que trabalho com meus alunos, tornando a sala de aula um ambiente alfabetizador, onde eles possam reconhecer a importância da escrita no cotidiano compreendendo e valorizando os vários usos e funções da escrita em diferentes gêneros e suportes. Procuro ler sistematicamente histórias para eles a fim de aguçem o desejo de ler, chamando a tenção não apenas para o codificar e decodificar, mas também para os usos dessas habilidades em práticas sociais em que escrever e ler são necessários.

Referências
KLEIMAN, Ângela B. Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola. 2006.

sábado, 17 de outubro de 2009

Filme: E seu nome é Jonas









Estou gostando muito das atividades da Interdisciplina de Libras, que estão me fazendo refletir muito sobre a cultura surda. Após assistir o filme: Seu nome é Jonas, fiquei sensibilizada pelas injustiças que os surdos são acometidos, muitas vezes por pura falta de informação confundindo sua deficiência com outras.
O Jonas ficou internado num hospital psiquiátrico, devido a um diagnóstico incorreto, convivendo com crianças das mais variadas síndromes, onde não aprendeu a Língua de Sinais, nem se comunicar através de gestos e mímicas. Sofreu preconceito também em relação aos seus familiares que não sabiam como lidar com ele, ficando sem interagir, sem expressar seus sentimentos, vivendo triste em seu mundo. As coisas mudam quando a mãe entende sua condição e procura ajuda numa escola para surdos, onde ele passa aprender a Língua de sinais ,favorecendo o seu acesso aos conhecimentos existentes na sociedade.
Nos dias de hoje a língua de sinais já é aceita, porém ainda há muita discriminação e falta de preparo da família e de profissionais que lidam com os surdos. É preciso ter mais respeito e conhecimento sobre a cultura surda para compreendê-los , conseguindo relacionar-se de uma maneira natural.
Além do filme tivemos que assistir um diálogo entre três pessoas usando Libras e descrever o que elas estavam falado. Foi bem difícil no começo, olhar e não entender quase nada, mas como era possível procurar no dicionário de Libras ficou um pouco melhor de compreender, contudo algumas expressões não conseguimos encontrar e apenas deduzimos o que queria dizer.
Fazendo um paralelo com o filme,pode-se verificar na pele como é estas observando uma comunicação sem entender a conversa, por não saber a linguagem usada. Mas de qualquer forma está sendo muito bom poder ter esse contato e aprender alguns sinais e expressões utilizadas pelos surdos, desfazendo mitos, como o de acreditar ser universal a Língua de sinais.

PA-violência na escola








Nesse semestre demos continuidade ao nosso PA, investigando em vários sites, as dúvidas elaboradas a partir da pergunta principal: “Por que há tanta violência nas escolas?”. Conseguimos um bom material sobre o assunto que nos deu subsídio para realizar mapas conceituais individuais e posteriormente coletivo, sendo possível organizar as aprendizagens, tendo uma visão espacial dos conceitos, relacionando-os. Feito isso ficou mais fácil de fazer uma síntese bem consistente, onde relatamos nossas conclusões após leituras e pesquisas.
Descobrimos que algumas das principais causas da violência na escola são os fatores psicológicos, sociais, econômicos, culturais e raciais, inclusive a relação familiar está no topo desta lista. Estudos e pesquisas indicam que nos anos iniciais da infância a relação entre mãe e filho, é primordial para a construção do psicológico do indivíduo, que quando não encontra estabilidade e confiança nessa relação, busca estes alicerces dentro da escola, procurando afeto e limites que não encontrou na relação com a mãe e a família em geral.
A violência escolar pode ser simbólica, ou seja, uma violência exercida pelo professor e pela escola contra o aluno, muitas vezes o professor estressado com as situações violentas dentro da escola, acaba até mesmo de forma inconsciente tratando alguns alunos com descaso, com algumas agressões verbais e em últimas instâncias com agressões físicas, tudo isso gera baixa-auto-estima nas crianças, problemas de aprendizagem e evasão escolar.
A violência contra o patrimônio é causada por alunos através da pichação e depredação do prédio e dos materiais, que ocorrem constantemente com atos de vandalismo de alunos revoltados com o sistema educacional, alunos que querem se fazer chamar a atenção para si de alguma forma.
Já a violência física é mais presente no ambiente escolar e é manifestada através da agressividade física, de alunos contra professores, mas principalmente de alunos contra alunos e em alguns casos até mesmo de professores contra alunos.
A escola precisa agir diante de toda a violência que vem acontecendo dentro e fora de seus muros, para no mínimo amenizar a situação, visto que acabar com a violência é algo utópico. Em algumas instituições escolares já vem acontecendo projetos e palestras, a fim de informar e buscar a paz dentro e fora da escola. São essas estratégias que mostram os caminhos possíveis para melhorar a convivência, envolvendo a todos nesse processo.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Cultura surda

Pensei que sabia muita coisa sobre o assunto, porém foi na primeira aula de Libras onde pude começar a entender o que era a cultura surda. A aula foi SENSACIONAL fiquei impressionada com a presença que tem a profª Janaina, que embora não tenha se expressado muito verbalmente conseguiu se comunicar muito bem conosco. Através da intérprete nos questionou sobre o significado da palavra Libras, explicando que os sinais são diferentes em outros países, pois dependem da língua falada em cada lugar. Ensinou vários gestos, letras e números e até contou um caso muito divertido, sem a interferência da intérprete, fazendo gestos e mímicas que foram perfeitamente fáceis de serem entendidos.
Na semana passada postou as atividades, solicitando um texto sobre a cultura surda, para isso fiz leituras sobre o material que ela enviou e também em sites relacionados. Considerei muito relevante tudo que já me apropriei até o momento e refleti que para conversar com uma pessoa surda é necessário primeiro não ter preconceito, portanto num primeiro momento tentaria usar gestos, expressões faciais e corporais, falando devagar, mantendo a comunicação visual. Contudo sem dúvidas que para interagir melhor com eles, é preciso entender a cultura surda, aprendendo a língua de sinais e participando da comunidade surda através de associações e clubes. É preciso haver compreensão e respeito nesse processo de convivência.
Vejo que os surdos são um grupo minoritário que está lutando para que sua cultura seja reconhecida, no contexto social, como legítima, afinal trata-se de uma outra maneira de se comunicar e de interagir com o mundo. É essencial para as crianças surdas utilizarem a Língua de Sinais, desde pequenas, com seus pais, com os profissionais da área educacional e com as pessoas de convívio mais próximo para que garanta o desenvolvimento psíquico, social, político e psicológico.




REFERÊNCIAS

STROBEL, Karin. As imagens do outro sobre a cultura surda. Florianópolis: Editora UFSC. 2008.



________________________http://comunidadesurda.blogspot.com/ visitada em 26/09/09

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Comênio






Na interdisciplina de Didática foi pedido a leitura do texto que falava sobre o Comênio, considerado o pai da didática e posteriormente algumas questões referentes ao assunto.
De acordo com o que li, o termo didática deriva do grego e quer dizer a arte de ensinar.Comênio expressou muito bem essa idéia na sua obra principal a Didática Magna, pois demonstrou suas preocupações educacionais pensando num método universal de estudo para todos as pessoas, partindo do simples para o mais difícil,valorizando as experiências e observações produzidas pelos alunos, pensando numa relação harmoniosa entre educadores e educandos para que realmente possa ocorrer a aprendizagem.
Acreditava numa escola que ensinava para a vida, relacionando os conteúdos com o cotidiano dos aprendizes, de uma maneira prazerosa intercalando brincadeiras com estudo para não sobrecarregar as aulas, utilizando uma linguagem adequada e familiar, trabalhando apartir dos sentidos para melhor internalizar as descobertas.
Um ambiente escolar onde os alunos deveriam ser respeitados como seres humanos dotados de inteligência, aptidões, sentimentos e limites. Que pudessem exercitar bons hábitos morais, aprendidos com os exemplos vindos de casa e reforçados pelos professores. Onde os professores ensinassem menos, deixando que os alunos observassem e aprendessem com suas experiências .Espaços de trabalhos sem brigas, castigos, mas com diálogo e convivência harmoniosa entre educadores e educandos, aprendendo aquilo que realmente fosse importante saber e se dedicando com prazer.
Certamente suas concepções são significativas hoje em dia, pois buscamos uma nova escola que possa efetivamente alcançar esses fundamentos, penso que estamos no caminho para que isso ocorra integralmente. Consequentemente foi muito bom ter esse suporte teórico para refletir e absorver os ensinamentos, tentando colocar em prática o que for possível dentro da pedagogia atual.
REFERÊNCIAS
COMÊNIO, João Amós. Didácta Magna: tratado da arte de ensinar tudo a todos. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996. 525 p.
GASPARIN, João Luiz. Comênio ou da arte de ensinar tudo a todos. Campinas: Papirus, 1994. p. 41-42.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Aula presencial -dia 26/08


Abraços, beijinhos, sorrisos, cumprimentos ... é muito bom reencontrar colegas, tutoras e professores.


No primeiro momento da aula, tivemos as apresentações da profª Iole e da sua colaboradora Letícia, da disciplina de Linguagem e Educação e de algumas tutoras novas.Também a informação da mudança na coordenação do curso no nosso pólo, ficando a profª Jaqueline no lugar da profª Marie Jane.


Posteriormente a profª Iole iniciou sua explanação nos entregando o cronograma das atividades, demonstrando organização e clareza. Leu algumas partes de um ppt,explicando trechos mais necessários, esclarecendo dúvidas que foram surgindo. Considerei bem interessante a questão de alfabetização e letramento abordada por era e acredito que vou aprender bastante sobre o assunto, pois ela é uma pessoa com um vasto conhecimento. Como trabalho com 1°ano e não tenho muito experiência com este tipo de clientela, fico na expectativa dos textos a serem lidos e na troca de idéias que teremos.
Na segunda parte com a profª Jaqueline, continuamos o trabalho dos PAS, que prá mim como já disse no outro post, ainda é um desafio a ser entendido. Acredito que é uma forma diferenciada de aprendizado, onde os alunos investigam suas dúvidas e certezas provisórias, mas ainda não creio ser totalmente viável com os meus alunos, que na sua maioria não tem acesso ao computador e nem possuem material didático ( livros, revistas) para realizarem pesquisas.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Iniciando o VII semestre




"De tudo, ficaram três coisas:A certeza de que ele estava sempre começando...A certeza de que era preciso continuar...A certeza de que seria interrompido antes de terminar....Fazer da interrupção um caminho novo ...Fazer da queda um passo de dança...Do medo, uma escada...Do sonho, uma ponte...Da procura, um encontro... " Fernando Sabino


Espero que este semestre seja mais tranquilo que o anterior, sem muitos contratempos, desejo manter o blog com postagens regulares que facilitem depois a avaliação das aprendizagens.

Todas as interdisciplinas até até o momento foram importantes e aprendo sempre com cada uma delas, seja por um assunto que desconhecia ou um novo olhar para um assunto já conhecido.

Preciso aprender mais sobre como fazer mapa conceitual e entender melhor como elaborar um PA com meus alunos do 1° ano.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Dossiê de inclusão







A disciplina de EPNNEs solicitou que fosse feito um relato de experiências e conhecimentos alcançado durante o semestre, referente a inclusão e ou educação especial.
Tudo o que vivenciei, li e aprendi até hoje está no link abaixo:

http://peadmarciamartins.pbworks.com/Dossi%C3%AA+de+Inclus%C3%A3o+-+M%C3%A1rcia+Martins

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Elaboração de perguntas

Em filosofia após a leitura dos textos: Educação após Auschwitz de Theodor Adorno e Sobre a Pedagogia de Immanuel Kant, foi pedido que formulasse duas perguntas relacionando com ambos os textos.Depois deveríamos enviar para uma colega, que deveria respondê-las.


A-“A educação é uma arte, cuja prática necessita ser aperfeiçoada por várias gerações.” Em que momento das reflexões de Adorno essa afirmação de Kant faz sentido? Difere da opinião de Kant?


B - Tanto Adorno quanto Kant fazem referência à disciplina na educação da criança desde cedo. Explique como cada um deles argumenta essa questão.

REFERÊNCIA

ADORNO, Theodor W. A Educacao após Auschwitz. In:______. Sociologia. São Paulo: Ática, 1986, p.33-45.
KANT, Immanuel. Introdução. In:______. Sobre a pedagogia. Piracicaba: EDUNIMEP, 2004, p. 11-36.

Filme Clube do Imperador

Assiti o filme recomendado pelo profº Leonardo e fiz uma análise.
A cena em que o professor William Hundert fica diante de um conflito moral é quando está corrigindo as provas dos alunos e tem que decidir quais os três classificados para a final do Concurso Senhor Júlio César. Ele modifica o conceito do aluno Sedgewick Bell, que havia ficado em quarto lugar passando-o para o terceiro lugar.
Com essa decisão foram quebrados os princípios éticos morais de honestidade e de justiça presentes em seu caráter e ensinados constantemente aos seus alunos, na frase: “o caráter de um homem é o seu destino”. Ele decidiu rever o conceito B que tinha dado ao aluno Sedgewick Bell, resolvendo modificar para B mais. Passa esse aluno na frente do outro lhe dando uma oportunidade, na esperança de que se vendo capaz, ocorresse uma mudança no seu comportamento e no seu caráter. Com essa atitude acabou prejudicando o outro aluno que também queria participar do concurso e tinha demonstrado condições intelectuais para isso, através da sua prova.
A partir de sua decisão que envolveu trapaça, mentira, injustiça com o outro aluno, irresponsabilidade e falta de ética profissional, percebo que moralmente, segundo as minhas concepções, não agiu corretamente, pois não acredito que os fins justificam os meios. Porém tudo isso nos mostra como o ser humano é imperfeito, mesmo pessoas íntegras, podem uma hora ou outra ter algum deslize. Um professor está sujeito à falhas e imperfeições como todas as outras pessoas. Mesmo com boas intenções tentando ajudar um aluno a se modificar não conseguiu, pois por melhor que seja o professor, os exemplos bons ou ruins vêm do que recebemos da família. A falta de valores éticos ou morais ou a inversão de valores são problemas muito graves na sociedade atual.
O papel da família é básico na formação da personalidade do futuro cidadão e não adianta delegar esta responsabilidade à escola, que possuem um papel complementar. O professor William Hundert teve consciência de que agiu errado pedindo perdão anos mais tarde ao aluno preterido. Pode ver que sua atitude com esse aluno não trouxe conseqüências graves na vida adulta, pois continuou acreditando no seu trabalho, colocando o filho para ser seu aluno. Além disso, teve o reconhecimento por parte dos demais alunos, recebendo uma placa homenageando-o, mostrando a gratidão pela educação recebida.

Estádios do desenvolvimento segundo Piaget

Destaquei as características principais de cada estádio de desenvolvimento, segundo Piaget,após a leitura pedida:

Sensório-motor( aproximadamente de zero a dois anos): A inteligência da criança é essencialmente prática ( predominando até o aparecimento da linguagem) e as ações de reflexo se modificam gradualmente em contato com o meio.Ausência de função semiótica,ou seja não representa mentalmente os objetos. Inicia-se a capacidade de representação da realidade.

Pré-operatório(aproximadamente de dois a sete anos): Predomina o egocentrismo, pois a criança não consegue colocar-se abstratamente no lugar do outro, impedindo-a de estabelecer relações de reciprocidade. A leitura da realidade é parcial e incompleta, pois prioriza aspectos que são mais relevantes aos seus olhos. Sua percepção abstrata começa a ser aguçada quando aumenta sua capacidade de imaginar situações, figuras e pessoas semelhantes.

Operações Concretas(aproximadamente de sete a doze anos): A criança já tem a capacidade de reversibilidade do pensamento, realizar ações mentais. Sua compreensão do mundo não é tão prática, ainda depende do concreto para realizar abstrações. Consegue organizar, relacionar aspectos diferentes da realidade.
Nesse período já há relações de troca e de reciprocidade, pois a criança está saindo da fase egocêntrica.

Operações Formais(aproximadamente dos doze anos em diante): O adolescente já consegue realizar abstrações sem necessitar de representações concretas e consegue imaginar situações nunca vistas ou vivenciadas por ela. Trabalha o pensamento hipotético-dedutivo e estabelece relações entre várias teorias e apresenta conclusões..


Referência

_____________________http://www.centrorefeducacional.com.br/piaget.html.acesso em: 26 de abril.2009
MARQUES, Tania Beatriz Iwaszko. Do Egocentrismo à Descentração: a docência no
ensino superior. Porto Alegre: UFRGS, 2005. Tese de doutorado.

Desenvolvimento moral

Após a leitura do texto, Significações de Violência na Escola: equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança? de Jaqueline Santos Picetti, foi solicitado um relato de uma situação experienciada em sala de aula, procurando analisá-la teoricamente com base no referencial piagetiano sobre o desenvolvimento moral.

Todo início de ano procuro estipular regras de convivência com os alunos, observando direitos e deveres, para que se possa tornar o trabalho mais produtivo e tranqüilo. Contudo desde 2007, procuro organizar com eles essa tarefa e percebo que dessa forma ficam mais comprometidos a cumprirem. Através do diálogo explico de sua utilidade e pouco a pouco eles vão compreendendo. Em sua dissertação de mestrado, Liseane Silveira Camargo (2007) afirma que:

A heteronomia precisa ser bem trabalhada, ou seja, o adulto precisa saber introduzir as regras à criança, argumentando-as através de sua utilidade, pois, como serão referências iniciais para o agir moral, precisam estar amparadas principalmente pela argumentação.

Trabalhando com uma turma de 1°ano com alunos entre seis e oito anos,
observo muitas vezes uma dificuldade de dividir brinquedos e materiais que sei ser própria do egocentrismo, característico do estádio pré-operatório em que alguns se encontram. Jaqueline Picetti (2001) comenta que:
Seria importante a escola inserir em seu contexto o respeito pelo processo de desenvolvimento moral, não tachando mais certos comportamentos como violentos, mas como características de uma determinada fase da construção da autonomia da criança, pois, para que o sentimento de justiça se desenvolva, são necessários o respeito mútuo e a solidariedade entre as crianças e os adultos.
Mesmo tendo conhecimento de que todas as coisas da sala de aula e na pracinha são de uso coletivo, às vezes acontecem brigas. Nessas ocasiões chamo os envolvidos e pergunto o que ocorreu e faço com que percebam a regra quebrada. Normalmente os demais alunos se envolvem no assunto e todos sabem dizer de que regra está sendo falada.
Muitos alunos já conseguem emprestar voluntariamente e dividir suas coisas numa boa, sem que a professora precise interferir na brincadeira, o que de fato não é o ideal, mas sendo necessário em certas horas. Numa relação desse tipo é baseada no respeito e na cooperação, contrário de uma relação hierárquica onde a cooperação significa obediência para não ter uma sanção. Segundo Camargo 2007, “O respeito, diferente da obediência, é um sentimento construído nas relações interpessoais e vivenciado inter e intrapessoalmente.”
Somente quando o adulto reduz o seu poder ao mínimo é que a criança pode desenvolver sua autonomia. Procuro deixar que resolvam seus desentendimentos sozinhos, mas fico sempre observando para evitar que se machuquem. Faço-os refletirem se o que fizeram foi legal, se gostariam que fizessem com eles, se tivessem no lugar do outro como se sentiriam. Penso que assim proporciono um momento de entendimento de que os outros tem ideias, desejos, intenções e sentimentos que são diferentes dos seus e devem ser respeitados.

[...] que as crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental (7 – 10 anos) estão construindo as noções de justiça, solidariedade, intencionalidade e responsabilidade. Esse processo tem características peculiares que incidem no comportamento. Durante essa construção, é importante que o professor esteja atento aos acontecimentos, pois ele poderá auxiliar as crianças a refletirem sobre as diferentes situações vivenciadas na escola. (PICCETTI 2001 )

A afirmação citada foi baseada no construtivismo de Piaget (1987) que diz que o desenvolvimento moral é um processo de construção interior,portanto regras externas tornam-se próprias da criança somente quando ela as adota e as constrói por sua livre vontade. Infelizmente, a maneira que as crianças mais aprendem as regras morais e sociais é por meio da obediência aos adultos, com autoridade.


O objetivo da educação moral que visa ao desenvolvimento da autonomia deve ser ode proporcionar situações que desfaçam a crença da criança de que a regra tem relação direta à autoridade do professor. (CAMARGO 2007)

Segundo os estudos de Piaget as relações de constrangimento (controle externo) não favorecerão o desenvolvimento moral, porque elas impedem o desenvolvimento da autonomia (controle interno). Como um ser biológico adaptativo, a criança normalmente reage às pressões do meio, deixando sua conduta ser governada por estas pressões. Pode se comportar assim por querer receber um elogio ou evitar punições. Na medida em que pode escolher e decidir, tem a possibilidade de cooperar voluntariamente com os outros e construir suas próprias regras morais.


REFERÊNCIA:
CAMARGO, Liseane Silveira. Reflexões sobre a moralidade na escola. Artigo baseado na dissertação de mestrado, 2007.
PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro: Guanabara,
1987.
PICETTI, Jaqueline dos Santos. Significações de violência na Escola: Equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança? Educação e Cidadania, 2001.

sábado, 20 de junho de 2009

Método Clínico Piagetiano








Piaget criou o método clínico experimental, importante contribuição para a investigação na área de psicologia do desenvolvimento. Tinha por objetivo descobrir por que os sujeitos tinham tantas dificuldades de resolver problemas e porque os erros eram tão sistemáticos. Com esse método é possível fazer uma investigação de como as crianças pensam, percebem, agem e sentem. Consiste de um procedimento de entrevista com a criança, com coleta e análise de dados, onde se acompanha o seu raciocínio elaborando novas perguntas(c0ntra-argumentação) a partir das respostas dadas.

Realizamos em grupo (Giseli,Valéria e eu) a aplicação da prova sobre conservação das massas, conforme a atividade proposta pela profª Tania, com a aluna Bruna(nome fictício), utilizando o material
massinha de modelar. A Valéria fez as perguntas e nós observamos.
A aplicação da prova foi feita em sala de aula, onde a aluna estava sozinha com a observadora. O lugar era tranqüilo e aluna se mostrou receptiva a atividade, respondendo todas as perguntas com entusiasmo e interesse. A Bruna se mostrou calma frente às questões apresentadas na prova, perguntando quando não entendia e pensando antes de responder.
De acordo com a observação, a Bruna está no estádio Pré-operatório demonstrando dificuldade na reversibilidade do pensamento ficando atenta apenas ao estado da massinha e não a transformação da mesma. Demonstrou um pensamento algumas vezes estático e imóvel, não conseguindo perceber que a situação original pode ser restaurada e a quantidade não varia.
Mesmo apresentando oito anos ainda não superou essas deficiências, comprovando que o desenvolvimento do raciocínio varia de pessoa para pessoa,depende das experiências anteriores que teve e do meio social em que vive que pode acelerar ou retardar esse processo.
A observadora procurou intervir o mínimo possível no processo para obviamente não induzir a criança a dar respostas que não havia pensado.Deixou a Bruna pensar e escreveu exatamente o que ela respondeu. Usou de contra-argumentação quando a resposta era negativa, na tentativa de entender melhor as explicações apresentadas e consequentemente perceber a sua capacidade mental. Foi competente na utilização do método clínico, pois aplicou a prova de acordo com os critérios estabelecidos por ele.
Acredito que a aplicação foi adequada, obedecendo às orientações para uma boa prova: o ambiente foi tranqüilo, a observadora procurou deixar a criança a vontade, houve empatia entre a observadora e a criança, a linguagem utilizada foi de acordo com o vocabulário dela, a intervenção foi pertinente, desafiando a criança a repensar suas hipóteses.
Contudo houve equívocos durante a aplicação do teste e por isso resolvemos refazê-lo. Na primeira vez foi feita na sala de aula com toda a turma, onde algumas perguntas não foram adequadas, por isso fizemos novamente com apenas uma aluna, como deveria ter sido no princípio.
Ela foi convidada para brincar em uma sala conosco, num ambiente propicio, onde as perguntas foram reformuladas e aplicação foi realizada com mais segurança, tranqüilidade e sem intervenções de outras pessoas. Foi criada uma situação de desafio, com a massinha de modelar, que é um material familiar para a criança, onde foi possível observar toda a linha de raciocínio da mesma. Confirmamos após essa análise, que a aluna se encontra no estádio pré-operatório de desenvolvimento cognitivo, pois demonstrou um pensamento estático e rígido em determinados momentos, caracterizado pelo egocentrismo. Pareceu incapaz ainda de compreender a existência de fenômenos reversíveis, não entendendo que um objeto conserva suas propriedades originais.
Segundo Piaget (2002), o pensamento da criança, nesse estágio, ainda não é constituído por estruturas lógicas, isto é, a criança ainda não possui o pensamento reversível que o caracteriza, o qual consiste na capacidade de executar mentalmente a mesma ação nos seus dois sentidos (ida e volta) e anulando a transformação por inversão, e, assim, centra seu pensamento em apenas um aspecto do fato observado sobre o qual está raciocinando.
REFERÊNCIAS

CHARCZUCK, Simone Bicca. Introdução ao método clínico piagetiano. Slides. PEAD/UFRGS
PIAGET, Jean. A noção de tempo na criança. Tradução Rubens Fiúza. Rio de Janeiro: Editora Record, 2002.
MARQUES, Tania Beatriz Iwaszko. Do Egocentrismo à Descentração: a docência no ensino superior. Porto Alegre: UFRGS, 2005. Tese de doutorado.
__________http://www.psicologiaeducacional.org/psicologia/. acesso em: 25 de maio.2009

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Aprendendo a fazer resumos

Na disciplina de Seminário Integrador VI a profª Dóris está nos ajudando a entender como se faz um resumo. Primeiro ela pediu que cada grupo dos PAS do ano passado elaborasse um resumo do texto “Lápis, papel e computador” de até 250 palavras, com objetivo de possibilitar a superação de algumas dificuldades na nossa escrita. Foi feita por ela um comentário do resumo e foi solicitado um novo resumo do texto "Perguntas inteligentes: o que é isto?", oportunizando dessa vez um material de apoio sobre a dinâmica de produção de um resumo e sugerindo que observassemos os aspectos avaliados no primeiro resumo.
Percebo que essa disciplina, juntamente com a disciplina de filosofia, estão oportunizando uma qualificação no meu processo de escrita, através delas estou amadurecendo a minha forma de analisar, argumentar e sintetizar as informações adquiridas nos materiais teóricos.

REFERÊNCIAS

MAGDALENA, Beatriz C. COSTA, Tempel Iris E. Perguntas Inteligentes : O que é isto?.

SEKEFF,Gisela. Lápis,papel e computador.São Paulo, Revista Época,ed. 517

terça-feira, 28 de abril de 2009

mosaico etnico




Foi solicitado que fosse feito um mosaico com os alunos da disciplina étnicos-raciais na educação.


Iniciei a atividade pedindo que os meus alunos (1° ano) se olhassem no espelho e fosse dizendo como eram as suas características físicas, ou seja, cor dos olhos, cor dos cabelos, cor da pele, etc. Depois conversamos na rodinha sobre as nossas diferenças físicas e de quem herdamos esses traços ( nossos antepassados: alemães, italianos, etc.). Através de perguntas fui questionando que somos parecidos com nossos pais, mas outras vezes podemos ter semelhanças com o avô, com um tio, com primos. Falei da nossa herança indígena e também negra. Alguns alunos logo comentaram: “O meu avô é negro, mas a minha pele é mais clara ” ou “ A minha avó contou que seu pai era índio”. Pude com isso esclarecer que todos os brasileiros têm mistura de raças, por isso apresentamos tanta diversidade de cores, de rostos. Nessa nossa conversa citaram ainda como diferenças as crianças que usam óculos e os com necessidades especiais.
Num outro dia, contei a história: A menina bonita do laço de fita da autora Ana Maria Machado e retomei o assunto das diferenças. Nessa ocasião conversamos sobre o respeito que temos que ter pelos outros que são diferentes de nós e também de nos gostarmos como Deus nos fez. Além disso, puxei o assunto da cor da pele, pois muitas vezes alguns alunos insistem em pintar a pessoa com o lápis “cor de pele”. Pedi que todos colocassem a mão no centro da rodinha e observassem as cores de pele que temos. A maioria concordou que existem vários tipos de cores e que podiam usar o lápis marrom, preto, rosa e laranja (bem fraquinho) na hora de pintar as pessoas. Apenas dois alunos tiveram dificuldade de reconhecer a sua cor: parda, para eles era branco.
Para a construção propriamente do mosaico, solicitei que recortassem de revistas pessoas de vários tipos ( brancos, índios, negros, loiros, morenos, etc.) para montar um cartaz. Cada figura que me traziam eu perguntava o que tinha de diferente da outra, para verificar se realmente estavam compreendendo a tarefa.


Depois propus que fizéssemos um retrato da turma e montamos essa figura. Uma parte do rosto feminina e outra parte masculina. Pedaços de cabelos (lisos pretos, lisos loiros, lisos castanhos, crespos loiros, crespos castanhos, crespos pretos) que fossem parecidos com os seus. Foi muito divertido realizar essa atividade, todos se empenharam em encontrar o que foi pedido e conseguiram perceber as diferentes etnias que há no nosso país.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Trabalhando a argumentação

A disciplina de Filosofia da Educação está nos mostrando a importância de uma boa argumentação. Na primeira atividade foi nos enviado um texto mostrando o que vem a ser um argumento ( justificação de uma ideia), bem como a estrutura do argumento(premissa e conclusão) e também alguns exemplos práticos de como identificá-los.
Após foi pedido que formalizasse cinco argumentos, indicando premissas e conclusão.
Na segunda atividade envolvendo o mesmo assunto foi necessário ler o texto: O dilema do antropólogo francês e no fórum no ROODA um grupo de colegas tinham que defender a decisão dele e outro grupo contestar. Fiquei encarregada de refutar a decisão e depois de muito debate entre os participantes e de mais textos lidos (O juízo moral e O Pensamento crítico e moralidade) chegou o momento de dar a opinião pessoal justificada através de argumento sobre a decisão do antropólogo.

Se o antropólogo decidiu jamais interferir no modo de vida dos habitantes do arquipélago, creio que ele não poderia nem afirmar e nem negar, mas sim deixar que eles próprios descobrissem e respondessem à pergunta. Pois afirmando que todos os homens brancos são mensageiros de deuses, está deixando-os em situação de risco frente a outros homens que podem vir a explorá-los e não apenas fazer uma pesquisa. Está confirmando um fato que ele sabia não ser verdadeiro. Acrescento que sua mentira poderia ser descoberta a qualquer momento então ele ficaria desacreditado pelos nativos.
Ele deveria ter seguido sua idéia inicial de não interferir na vida deles, não precisava mentir para pesquisá-los, poderia ter usado de outro meio para obter a confiança deles, por exemplo com diálogo a partir da convivência diária.
O princípio moral “não devo interferir no modo de vida dos povos que estudo” usado pelo antropólogo, na minha concepção crítica, não foi válido, pois a ação de mentir pode acabar interferindo na cultura dos nativos. Na verdade só a presença dele entre os nativos já causaria interferência no dia a dia da comunidade. Penso que ele como um estudioso dos povos sabia das conseqüências que isso poderia gerar e tomou uma decisão errada, digo isso dentro da minha concepção do que é certo e do que é errado, do que eu acredito ser correto, dentro dos meus conceitos morais, ou seja de acordo com a cultura em que estou inserida.


REFERÊNCIAS:


PORTO, Leonardo. O Dilema do Antropólogo Francês.Porto Alegre:PEAD?UFRGS,2f (Texto digitado)

PORTO, Leonardo. O Juízo Moral. Porto Alegre: PEAD/UFRGS, 1f (Texto digitado)

PORTO, Leonardo. Pensamento Crítico e Moralidade. Porto Alegre: PEAD/UFRGS, 2f (Texto digitado)

Identificando Epistemologias





Na disciplina de Psicologia II foi solicitado que fosse feita a leitura do texto: Modelos Pedagógicos
e Modelos Epistemológicos do Prof° Fernando Becker e posteriormente fosse feita uma análise das respostas dadas em uma outra atividade da Psicologia I.
As respostas para as perguntas foram realizadas sem apóio de material teórico.
Foram elas:

1) O que é para você, o conhecimento?

É tudo aquilo que se aprende, que se conhece, que se adquire.

2)Para você, como ocorre a aprendizagem?

A aprendizagem é o ato de tomar conhecimento de alguma coisa, ocorre através um processo de construção e reconstrução, que é contínuo. Aprendemos quando somos estimulados, quando o conhecimento é algo importante para nós.

3)Considerando suas respostas anteriores, como deveria ser, na sua opinião, ensino na escola?

Deve valorizar a experiência do aluno, propiciar oportunidades para que ele desenvolva suas habilidades e construa seu conhecimento. Onde o professor é um mediador do conhecimento e orientador do trabalho. Deve ter um ambiente acolhedor, onde o aluno tenha vontade de voltar, que seja respeitado e valorizado.


Após a leitura do texto de Fernando Becker, vejo que posso complementar minhas respostas, dizendo que o conhecimento pode ser adquirido o tempo todo , em qualquer lugar, durante a nossa vida. Sempre estamos aprendendo e reaprendendo. Como diz o modelo da pedagogia relacional, o sujeito deve atuar ( assimilar) sobre o seu conhecimento, problematizando, para então construir um novo conhecimento (acomodação).
Desse modo o professor não vê o aluno como uma tábua rasa que nada sabe, mas sim como tendo uma história de conhecimento já percorrida e que pode aprender sempre. Estimula o sujeito com questões desafiadoras, onde possa refletir e chegar as suas próprias conclusões.
Nesse processo todos podem aprender e ensinar, o conhecimento é partilhado, porém o professor deve ser o orientador do trabalho, não querendo impor sendo autoritário, mas colocando regras para que não vire bagunça e a aprendizagem seja significativa.
Como diz no texto: “O resultado dessa sala de aula é a construção e a descoberta do novo, é a criação de uma atitude de busca e de coragem que essa busca exige” , trata-se de estabelecer uma nova escola, com alunos mais críticos, participativos, cooperativos e interessados em aprender.
O que vemos infelizmente em muitas salas de aulas é o contrário professores que querem transmitir o conhecimento, decidindo o que fazer, sem escutar os aluno. Acreditam que jamais aprenderão e que os alunos jamais ensinarão.


REFERÊNCIA

BECKER, Fernando. Modelos Pedagógicos e Modelos Epistemológicos. Porto Alegre: PEAD/UFRGS, 14f (Texto digitado)

domingo, 5 de abril de 2009

Aula inicial 2009/1

A dinâmica da aula foi um pouco estranha no princípio, pois a professora Marie Jane solicitou que alguns grupos dos PAS relatassem suas aprendizagens para os demais colegas, onde as dúvidas e as certezas realizadas nos projetos e avaliadas pelos professores e tutoras, no semestre passado, foram repensadas. Aos poucos fui pensando como algumas perguntas pensadas nos projetos não remetiam a dúvida inicial e conforme a elaboração podiam levantar outra dúvida, portanto não tinha sido uma pergunta muito clara.Também consegui captar com as explicações dos professores que temos que trazer elementos para as certezas iniciais, argumentando. Precisamos observar os sites pesquisados na Internet, pois alguns não são totalmente confiáveis. Na elaboração do mapa conceitual é preciso pensar nos conceito central e nos demais que se interligam através dos elementos de ligação, respeitando a ideia do conceito ou inventando outro.Percebi que foi um momento de reflexão crítica, esclarecendo alguns pontos essenciais de um PA, para que dessa forma possamos melhorar nossa construção nos futuros trabalhos.