quinta-feira, 22 de maio de 2008

Trabalhando com sombras

A Interdisciplina de Ciências propôs uma atividade onde teríamos que distribuir aos alunos recortes com algumas figuras geométricas (círculo grande e pequeno; quadrado grande e pequeno ; retângulo grande e pequeno), para que usassem esses elementos, fazendo sombra com eles.Primeiramente realizei essa atividade com três alunos da minha turma de 1° ano, com intuito de observar o entendimento deles sobre o assunto. Levei-os para o pátio e expliquei que precisava fazer um trabalho para a faculdade sobre sombras. Apresentei o material das figuras geométricas, perguntei o nome delas e todos souberam dizer, pois trabalhamos bastante com blocos lógicos.Pedi que pegassem dois recortes diferentes e mostrassem encima do pano branco, a sombra das figuras. Logo pegaram as figuras iguais com tamanhos diferentes e fizeram as sombras. Um pegou figuras diferentes, então questionei se a sombra ficava igual, disse que não e trocou as figuras. Solicitei então que pegassem duas figuras diferentes e inventassem desenhos refletindo a sombra. Apareceram: árvore (círculo e retângulo), pirulito (círculo e retângulo), número oito ( dois círculos), a letra T (dois retângulos) e a letra I ( quadrado e dois retângulos).Depois fizemos uma rodinha na sombra e questionei-os, para ter sombra é necessário haver luz, de onde vem a luz, de noite não há sombra, quando está nublado tem sombra, sombra é o mesmo que escuro, quais atividades fazemos no claro e no escuro, a sombra é importante para as pessoas, animais e plantas, a sombra fica igual durante o dia inteiro.Responderam que para ter sombra era necessário ter luz, que podia ser do sol ou luz da lâmpada. De noite dá para fazer sombras na parede, quando está nublado não dá e que sombra é quando não pega luz no local e escuro é quando não têm luz. Quando está claro enxergamos melhor, podemos brincar, correr. No escuro dá para brincar mais é perigoso, não enxergamos direito. A sombra é importante porque refresca do calor e ela se muda de lugar durante o dia, pois o sol se move.
Em outro dia, fiz a atividade com alguns alunos do 3° ano, que também conheciam as figuras geométricas, realizaram as sombras com recortes diferentes e depois formaram sombras com figuras diferentes. Os desenhos que surgiram foram: árvore, sorvete ( círculo e retângulo),prato ( círculo), cabeça do Mickey ( círculo grande e dois pequenos), prédio (retângulo e quadrado), n° oito, boneco de neve ( círculo grande e pequeno), joaninha (círculo grande e pequeno).
Enquanto fazíamos a atividade houve um momento em que o sol se escondeu por trás das nuvens e os alunos disseram que não daria para fazer as sombras, pois havia pouco sol. Aproveitei esse momento para realizar as perguntas já relatadas acima e as respostas foram bem parecidas. Depois o sol ressurgiu e continuamos o trabalho.Disseram em suas respostas que a sombra não é o escuro, pois no escuro quase não se enxerga e não dá para fazer sombras com as figuras. Para esse grupo, a sombra protege as pessoas, os animais e as plantas, pois há algumas que não gostam de muito sol. A sombra é boa também para brincar, ler um livro, descansar. No claro se vê melhor as coisas, pássaros, pessoas, lugares. A sombra é feita pela luz.Questionaram porque as figuras usadas eram de cores diferentes, aí eu voltei a pergunta para eles, que disseram: “acho que é para ficar diferente” ou “para mostrar o claro e o escuro”. Perguntei se a cor teve diferença na hora de fazer a sombra e responderam que não.

Essa atividade foi muito produtiva onde foi possível pensar e concluir vários assuntos, partindo de um tema chave, a sombra.

Fotos do momento:





















segunda-feira, 19 de maio de 2008

Oficinas de aprendizagens




Participo desde agosto de 2007, do grupo de estudos de educação infantil e 1°ano, promovido pelo NUPE/SMED , que tem o objetivo de realizar um intercâmbio de saberes, reflexão crítica sobre o ensinar e o aprender para construir, num trabalho cooperativo e colaborativo, propostas de novas situações para a construção social do conhecimento matemático e científico. Os encontros são quinzenais e no dia 16/05/08, houve um circuito de oficinas pedagógicas na escola Gusmão Britto, onde foi abordado os temas:
*número e numeral - introdução das operações( identificar, diferenciar e relacionar número e numeral; desenvolver a noção de adição e subtração através de atividades lúdicas) com a coordenadora: Kátia Coelho da Rocha;
* tangram e a geometria ( confeccionar o tangram, observando suas regularidades e modelagem com as peças do mesmo; desenvolver o domínio dos conceitos geométricos; compor diversapaisagens utilizando as formas geométricas) com a cordenadora Regina Porto Werckmeister;
*o corpo e o espaço (oportunizar o trabalho com a geometria, a partir da educação infantil, evidenciando a brincadeira como forma de construção da noção de espaço e forma) com a cordenadora Delair Tosatto;
* minhocário ( identificar os elementos do ambiente como recursos naturais que têm um ritmo de renovação, havendo, portanto, um limite para sua retirada; perceber a profunda interdependência dos seres vivos e dos demais elementos do ambiente) com a cordenadora Débora Machry.
Estava muito bom o encontro, onde aprendi atividades interessantes para desenvolver com meus alunos, bem como sugestões de livros que vieram de encontro com meu trabalho individual de estudos sobre a matemática e também com os conteúdos vistos nas interdisciplinas..
Além disso houve uma exposição dos trabalhos desenvolvidos pelos professores participantes desse grupo, onde mostrei o jogo(resta um) confeccionado por mim, feito com tampinhas de garrafas pet e tampinhas de pasta dental;o jogo de memória feito com encartes de propagandas de mercado, onde se pode trabalhar além da atenção, a classificação e também o cálculo mental, pois as cartas contém números de 1 a 3, que servem de exercicio para a soma e também bonecos feitos de jornais ensinados anteriormente no grupo de estudos.
Todos esses espaços de aprendizagens são preciosos para mim, estou compartilhando conhecimentos com as colegas e trazendo para a sala de aula novidades, transformando o meu fazer pedagógico.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Matemática é mais que fazer conta no papel

Texto da Nova Escola- Márcio Ferrari

O texto trata da importância do cálculo mental, de como os jogos podem ser uma forma divertida de ensinar operações matemáticas nas primeiras séries do ensino fundamental. Não quer dizer que se deva abolir o cálculo escrito,mas pode conviver com outras modalidades , porque a matemática tem vários caminhos possíveis.
Como exemplo de jogo, apresentaram esse:

*Jogo do Pratinho pré-escola
Adenésio Zanella


Craques na contagem: o jogo, feito com sucata, permite que os alunos pratiquem soma e subtração
Sua função é introduzir e aprofundar conceitos que começam com contagem de rotina e evoluem para as operações de soma e subtração. Praticada com certa freqüência, a atividade também permite a memorização. O material necessário para o trabalho de um grupo de quatro alunos se resume a um dado, cinco pratinhos de papelão um maior e quatro menores e 20 a 30 tampinhas de garrafa. Cada integrante do grupo fica com um pratinho vazio. No centro é colocado o prato maior com as tampinhas. A criança lança o dado. O número que sai corresponde à quantidade de tampinhas que ela leva para seu prato. O jogo termina quando as tampinhas do prato do centro terminam. Ganha aquele que tiver o pratinho mais cheio. Todos os passos da partida podem ser registrados num papel e as totalizações são pedidas para o grupo a cada rodada. Assim, eles vão treinando o cálculo. Ao mesmo tempo, outras questões são lançadas: Qual a maior quantidade de pontos encontrada no dado? E é a menor? Se você jogou o dado e fez três pontos, quantos faltam para atingir a maior quantidade encontrada no dado?

Achei interessante para aplicar com os meus alunos do 1°ano. Vou mostrar depois o resultado!

Comunicação em matemática: instrumento de ensino e aprendizagem

De: Kátia Cristina Stocco Smole e Maria Ignez Diniz

Li o artigo que diz que: "... os alunos devem aprender a se comunicar matematicamente e que os educadores devem estimular o espírito de questionamento e levar os seus educandos a pensar e comunicar idéias.Aprender matemática exige comunicação, no sentido de que é através dos recursos de comunicação que as informações, conceitos e representações são veiculados entre as pessoas. A comunicação do significado é a raiz da aprendizagem.Promover comunicação em matemática é dar aos alunos a possibilidade de organizar, explorar e esclarecer seus pensamentos. Somente trocando experiências em grupo, comunicando suas descobertas e dúvidas e ouvindo, lendo e analisando as idéias do outro é que o aluno interiorizará os conceitos e significados envolvidos nessa linguagem de forma a conectá-los com suas próprias idéias.Na essência, o diálogo capacita os alunos a falar de modo significativo, conhecer outras experiências, testar novas idéias, conhecer o que eles realmente sabem e o que mais precisam aprender.O recurso da comunicação, nesse sentido, é essencial. No processo de comunicar, o educando nos mostra ou fornece indícios sobre quais habilidades ou atitudes está desenvolvendo e que conceitos ou fatos domina, e se apresenta dificuldades ou incompreensões."
Concordo com o posicionamento das autoras, a matemática não é uma disciplina que precisa ser aprendida silenciosamente, apenas através dos cálculos, mas deve sim ser entendida num todo. Mostrando os caminhos que levam a chegar ao número final, se há outras maneiras de chegar. Dessa forma a matemática fica mais fácil de ser compreendida e também consegue se integrar a disciplina de português, mostrando a importância de ambas para se chegar a um aprendizado mais completo.

domingo, 11 de maio de 2008

Tempo e Espaço

*Leitura das Unidades III (O espaço) e IV (O tempo) do livro: ANTUNES, Aracy do Rego; MENANDRO, Heloisa Fesch; PAGANELLI, Tomoko Iyda. Estudos Sociais: Teoria e Prática. Rio de Janeiro, ACCESS, 1999.

A partir da leitura, Identifiquei as etapas do processo de construção das noções de tempo e espaço na criança. Propus, para crianças de diferentes idades, situações em que tinham que operar com as noções de tempo e espaço e exemplificando as etapas do processo.

Segundo o texto, a construção da noção de espaço pela criança requer uma longa preparação e realiza-se por meio da liberação progressiva e gradual do egocentrismo. Essa construção se faz por etapas: perceptivo, representativo, intuitivo e operatório. Aos poucos a criança vai lendo o mundo social, desvendando a sua lógica, desde o espaço de seu cotidiano até o espaço-nação. A escola precisa criar situações para que possa ampliar e aprofundar as noções de espaço que traz ao entrar na escola, sempre partindo de experiências concretas. Dessa forma vai perceber várias organizações espaciais, que em cada uma delas há divisão social do trabalho, ver ainda os contrastes sociais existentes.
A construção da noção de tempo pela criança é fundamental para que possa situar fatos de sua vida cotidiana, perceber o seu tempo e as épocas diferentes da sua, compreendendo o tempo como fruto da construção social e como uma dimensão contínua ( físico e histórico).

Realizei algumas atividades de noção de tempo e espaço com alguns alunos, fazendo algumas observações.

Com os meus alunos do 1° ano (antigo pré), utilizei:

A) coelho sai da toca; brincadeira que gostam muito e onde se trabalha as relações espaciais (dentro e fora). Percebi que já construíram essa noção topológica.
B) passeio pela escola; após fiz perguntas: por onde passamos primeiro? E depois?...E por último? Por último desenharam o trajeto percorrido. Todos conseguiram refazer o caminho mentalmente e também desenhá-lo, mostrando que já dominaram a ordem temporal do percurso.
C) ordenar fatos do dia; primeiro através de perguntas: o que tu faz de manhã quando acorda em casa? O que tu faz na escola? O que tu faz de tarde? O que tu faz de noite? Por último desenharam a seqüência. Pedi depois que dissessem a duração de cada tarefa, por exemplo: quanto tempo ficamos na escola? Quanto tempo ficamos na pracinha? Quanto tempo ficamos no refeitório? Aí a dificuldade apareceu, poucos conseguiram determinar a duração de cada ação. Mas depois fiz perguntas com comparação de duração, exemplo: onde ficamos mais, na pracinha ou no refeitório? E aí conseguiram relacionar a duração.

Com alunos do 3°ano (2ª série), fiz as atividades B e C. Na tarefa B, propus que além de lembrarem o trajeto de ida, pensassem no inverso também. Os alunos conseguiram, demonstrando que dominam a inversão da ordem espacial. Na tarefa C, perguntei as mesmas coisas e observei a mesma dificuldade de determinar a duração de cada ação.

Acredito ser importante sabermos que há etapas na construção da noção de tempo e espaço, para que possamos exigir de cada aluno, somente o que ele já for capaz de compreender. Por isso, gostei muito do livro e das sugestões de atividades, sendo que algumas já faço em sala de aula. A leitura foi agradável, de fácil entendimento e mostrando como usar a teoria na prática.
Essa atividade teve importância para mim, pois mostrou as etapas em que os alunos estão, propiciando que eu observasse onde posso e devo intensificar a aprendizagem.
Os alunos gostaram das tarefas, pois foi utilizado o lúdico, a brincadeira e a novidade que são recursos indispensáveis para atrair a atenção das crianças e conseqüentemente haver um melhor entendimento do que se quer ensinar.