sábado, 20 de junho de 2009

Método Clínico Piagetiano








Piaget criou o método clínico experimental, importante contribuição para a investigação na área de psicologia do desenvolvimento. Tinha por objetivo descobrir por que os sujeitos tinham tantas dificuldades de resolver problemas e porque os erros eram tão sistemáticos. Com esse método é possível fazer uma investigação de como as crianças pensam, percebem, agem e sentem. Consiste de um procedimento de entrevista com a criança, com coleta e análise de dados, onde se acompanha o seu raciocínio elaborando novas perguntas(c0ntra-argumentação) a partir das respostas dadas.

Realizamos em grupo (Giseli,Valéria e eu) a aplicação da prova sobre conservação das massas, conforme a atividade proposta pela profª Tania, com a aluna Bruna(nome fictício), utilizando o material
massinha de modelar. A Valéria fez as perguntas e nós observamos.
A aplicação da prova foi feita em sala de aula, onde a aluna estava sozinha com a observadora. O lugar era tranqüilo e aluna se mostrou receptiva a atividade, respondendo todas as perguntas com entusiasmo e interesse. A Bruna se mostrou calma frente às questões apresentadas na prova, perguntando quando não entendia e pensando antes de responder.
De acordo com a observação, a Bruna está no estádio Pré-operatório demonstrando dificuldade na reversibilidade do pensamento ficando atenta apenas ao estado da massinha e não a transformação da mesma. Demonstrou um pensamento algumas vezes estático e imóvel, não conseguindo perceber que a situação original pode ser restaurada e a quantidade não varia.
Mesmo apresentando oito anos ainda não superou essas deficiências, comprovando que o desenvolvimento do raciocínio varia de pessoa para pessoa,depende das experiências anteriores que teve e do meio social em que vive que pode acelerar ou retardar esse processo.
A observadora procurou intervir o mínimo possível no processo para obviamente não induzir a criança a dar respostas que não havia pensado.Deixou a Bruna pensar e escreveu exatamente o que ela respondeu. Usou de contra-argumentação quando a resposta era negativa, na tentativa de entender melhor as explicações apresentadas e consequentemente perceber a sua capacidade mental. Foi competente na utilização do método clínico, pois aplicou a prova de acordo com os critérios estabelecidos por ele.
Acredito que a aplicação foi adequada, obedecendo às orientações para uma boa prova: o ambiente foi tranqüilo, a observadora procurou deixar a criança a vontade, houve empatia entre a observadora e a criança, a linguagem utilizada foi de acordo com o vocabulário dela, a intervenção foi pertinente, desafiando a criança a repensar suas hipóteses.
Contudo houve equívocos durante a aplicação do teste e por isso resolvemos refazê-lo. Na primeira vez foi feita na sala de aula com toda a turma, onde algumas perguntas não foram adequadas, por isso fizemos novamente com apenas uma aluna, como deveria ter sido no princípio.
Ela foi convidada para brincar em uma sala conosco, num ambiente propicio, onde as perguntas foram reformuladas e aplicação foi realizada com mais segurança, tranqüilidade e sem intervenções de outras pessoas. Foi criada uma situação de desafio, com a massinha de modelar, que é um material familiar para a criança, onde foi possível observar toda a linha de raciocínio da mesma. Confirmamos após essa análise, que a aluna se encontra no estádio pré-operatório de desenvolvimento cognitivo, pois demonstrou um pensamento estático e rígido em determinados momentos, caracterizado pelo egocentrismo. Pareceu incapaz ainda de compreender a existência de fenômenos reversíveis, não entendendo que um objeto conserva suas propriedades originais.
Segundo Piaget (2002), o pensamento da criança, nesse estágio, ainda não é constituído por estruturas lógicas, isto é, a criança ainda não possui o pensamento reversível que o caracteriza, o qual consiste na capacidade de executar mentalmente a mesma ação nos seus dois sentidos (ida e volta) e anulando a transformação por inversão, e, assim, centra seu pensamento em apenas um aspecto do fato observado sobre o qual está raciocinando.
REFERÊNCIAS

CHARCZUCK, Simone Bicca. Introdução ao método clínico piagetiano. Slides. PEAD/UFRGS
PIAGET, Jean. A noção de tempo na criança. Tradução Rubens Fiúza. Rio de Janeiro: Editora Record, 2002.
MARQUES, Tania Beatriz Iwaszko. Do Egocentrismo à Descentração: a docência no ensino superior. Porto Alegre: UFRGS, 2005. Tese de doutorado.
__________http://www.psicologiaeducacional.org/psicologia/. acesso em: 25 de maio.2009

Nenhum comentário: