segunda-feira, 27 de abril de 2009

Trabalhando a argumentação

A disciplina de Filosofia da Educação está nos mostrando a importância de uma boa argumentação. Na primeira atividade foi nos enviado um texto mostrando o que vem a ser um argumento ( justificação de uma ideia), bem como a estrutura do argumento(premissa e conclusão) e também alguns exemplos práticos de como identificá-los.
Após foi pedido que formalizasse cinco argumentos, indicando premissas e conclusão.
Na segunda atividade envolvendo o mesmo assunto foi necessário ler o texto: O dilema do antropólogo francês e no fórum no ROODA um grupo de colegas tinham que defender a decisão dele e outro grupo contestar. Fiquei encarregada de refutar a decisão e depois de muito debate entre os participantes e de mais textos lidos (O juízo moral e O Pensamento crítico e moralidade) chegou o momento de dar a opinião pessoal justificada através de argumento sobre a decisão do antropólogo.

Se o antropólogo decidiu jamais interferir no modo de vida dos habitantes do arquipélago, creio que ele não poderia nem afirmar e nem negar, mas sim deixar que eles próprios descobrissem e respondessem à pergunta. Pois afirmando que todos os homens brancos são mensageiros de deuses, está deixando-os em situação de risco frente a outros homens que podem vir a explorá-los e não apenas fazer uma pesquisa. Está confirmando um fato que ele sabia não ser verdadeiro. Acrescento que sua mentira poderia ser descoberta a qualquer momento então ele ficaria desacreditado pelos nativos.
Ele deveria ter seguido sua idéia inicial de não interferir na vida deles, não precisava mentir para pesquisá-los, poderia ter usado de outro meio para obter a confiança deles, por exemplo com diálogo a partir da convivência diária.
O princípio moral “não devo interferir no modo de vida dos povos que estudo” usado pelo antropólogo, na minha concepção crítica, não foi válido, pois a ação de mentir pode acabar interferindo na cultura dos nativos. Na verdade só a presença dele entre os nativos já causaria interferência no dia a dia da comunidade. Penso que ele como um estudioso dos povos sabia das conseqüências que isso poderia gerar e tomou uma decisão errada, digo isso dentro da minha concepção do que é certo e do que é errado, do que eu acredito ser correto, dentro dos meus conceitos morais, ou seja de acordo com a cultura em que estou inserida.


REFERÊNCIAS:


PORTO, Leonardo. O Dilema do Antropólogo Francês.Porto Alegre:PEAD?UFRGS,2f (Texto digitado)

PORTO, Leonardo. O Juízo Moral. Porto Alegre: PEAD/UFRGS, 1f (Texto digitado)

PORTO, Leonardo. Pensamento Crítico e Moralidade. Porto Alegre: PEAD/UFRGS, 2f (Texto digitado)

Um comentário:

Gláucia Henge disse...

Olá Márcia Elisa! Você contextualiza muito bem as atividades de Filosofia, o que demonstra amplo envolvimento com a interdisciplina. Quanto ao dilema e a decisão do antropólogo, seu argumento é bastante interessante: como não influenciar se está "dando as suas respostas" para os outros?

Boas reflexões. Um abração.